RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Passeio no sertão
( valtair bertoli ) 26/08/2016

Sempre quando chego no  sertão / O Meu  coração começa   palpitar
Me encanto com tantas  belezas  / Que a natureza ali fez criar
Água  pura  fresca  e cristalina / Brotando nas minas vejo borbulhar
Passarinhos por  todos  lados / Até sobre o gado eu   vejo   pousar

Verdes   matas  aos   pés dos  montes / Por todo horizonte tem vegetação
Cachoeira de pedra Liza   / Que  a  água  desliza    e  forma  serração
Borboletas em  revoadas   / na areia molhada  do ribeirão
Garças brancas  dando suas   plainadas / nas águas azuladas sem poluição

no arrebol antes do anoitecer / faz logo descer o manto no rincão
as cortinas vão  sendo fechadas / a  as bicharada buscam  proteção
um novo ato se abre  no  campo  / pisca  pirilampos    na escuridão
logo o céu  fica todo estrelado  / e eu  encantado com a lua  e o clarão

alvorece  o dia com  encanto / triste  levanto   por ter que  partir
é difícil  deixar o paraíso /    sofro indeciso  ao se despedir
vou  voltar pra minha cidade / que a  felicidade   pensei existir

ao chegar com  tudo engarrafado  / vou ficar parado vendo  pranto a cair
.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Terra dos homens
( valtair bertoli ) 25/08/2016


Terra rico planeta que o homem vem destruindo
Pela sua ambição / desmatando o sertão / e clareiras abrindo
muitos em  ato  egoísta  agem sem ter pudor
Tudo tem  degradado / com o  clima alterado /aumenta  o calor


Rios morrendo afogado tudo por conta da mineração
Devastando o ambiente / matado gente / sem consternação
Dizem estar controlado  isso é monstrado no papel escrito
E a voz do pescador / a eles não tem valor / não ouvem o seu grito


Ref:
Deus criou o universo fez o homem e lhe deu liberdade
Pra que na   evolução / dividisse o pão / em fraternidade
Comesse pelo seu suor com trabalho e ardor sem desigualdade
Mas o homem esqueceu / não obedeceu / e cresceu na vaidade

Mas o homem  esqueceu / não obedeceu / e cresceu na vaidade

Estação da saudade
( valtair bertoli ) 25/08/2016

As vezes fico assistindo ao filme do meu passado
Tempos de tenras lembranças com meu pai a meu lado
Tempo   que  feliz vivia  no mundo em nada pensava
Quando uma dor eu sentia por  seu nome   chamava
Hoje  a saudade machuca não posso ele chamar
Mas sinto os seus carinhos meu planto amenizar
Meu pai me ensinou tudo com paciência  e amor
Só não ensinou   o remédio pra suportar  essa dor

Recordo das cerejeiras  florindo ao frio do  inverno
Em baixo dela  brincava  sentindo o abraço fraterno
Olhando os galhos esperava quando estavam caindo
Meu  pai me abraçava contente sempre sorrindo
Eu nunca imaginava o que  estava por vir
No meio da primavera triste  vi meu pai partir
As flores da esperança marcaram  meu coração
Plantado igual semente floriu em  outra dimensão .

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Cenário Divino
( valtair bertoli )

Tenho a  pele bem   grossa da lida da roça  e me sinto feliz
As minhas  mãos calejadas do cabo  da enxada é  minha força motriz
Minha vida  é modesta mas vivo em   festa aqui no rincão
Deus preparou  o cenário o lindo relicário   e toda  criação

Levanto  na  madrugada com a relva orvalhada por todo sertão
Vendo as estrelas  no céu tiro o meu chapéu e faço minha oração
Ouvindo o galo no   terreiro  me animo com    o cheiro da alvorada
Tomo um café e vou  saindo com os filhos dormindo na humilde morada

Barulho aqui não incomoda o que escuto é moda aos meus ouvidos
Levo a  vida sossegado assim fui criado e assim tenho seguido
Vou ordenhar na  mangueira  das vacas leiteiras o   leite sagrado
Volto  pro meu ranchinho com o leite quentinho na hora  tirado

Caminho  pra minha lida que a escola da vida teve me ensinado
Debaixo do sol ardente planto a semente no solo molhado
Regado pelo  criador   em forma de  amor  por seu  manto divino
Sigo firme   trabalhando quando estão   germinando  ai  me fascino  

Aprendi  lições com a  lua ela que atua no plantio o destino
Também com a passarada em suas revoadas  desde    menino
Ajo com muita paciência aqui a ciência nunca  é exata
Prefiro o livro da vida que tudo elucida   desde  longas  datas
  
Igual água da mina não mudo a rotina minha vida é  pacata
Sempre gerando riqueza alimento na mesa aqui nunca falta
Não me importo de ser pobre porque e nobre  minha profissão
A lida dura eu enfrento dando  dando sustento a toda nação
.

domingo, 21 de agosto de 2016

DIVIDA DA VIDA
( valtair bertoli ) 21/08/2016

Quem a muito deixou  sua cidade
Sabe da saudade que leva no peito
Recorda os caminhos     percorridos
 Felizes vividos e não tem outro jeito
Fica  triste   lembrando do    passado
Sofre  amargurado chora no seu leito
no mundo  nada lhe  da agrado
Se  vê   abandonado  não vive direito

Queria tanto   ser um passarinho
Pra  no antigo ninho   poder pousar
Lá  do céu  contemplar   as belezas
E  minha  tristeza  pra trás  deixar
Entraria   no túnel do tempo
Sobre os verdes campos iria voar
Ir de encontro  a  antiga morada
Andar pela estrada e tudo restaurar

Percorrer o caminho da  escola
O campo de bola o poço do  ribeirão
Cavalgar  no pasto junto ao gado
Sentir o afago sorrir de  emoção
Ver a velha pontinha  da estrada
A relva molhada e cedo a serração
Rever o amor que a muito foi embora
Que  meus olhos chora por essa paixão

Hoje a vida tem me    cobrado
Meu  lindo passado   que  me causa dor
Por que um dia eu deixei para traz
Esse  mundo de paz e sofro o dissabor
Quando  vi já era bem tarde
Hoje o meu peito   arde fere com fervor
Só eu sei Como tenho estado

 Sofro amargurado pois não dei valor
.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Tempo de mocidade
( valtair bertoli ) 19/08/2016

Cidade de Itajobi  Recordo com  saudade
Meu tempo de   mocidade vivido   no sertão
Quando lidava com a  roça no sitio aroeira
Aquela   vida faceira não sai da  recordação
o pequeno riozinho que as terras separava
do alto do sitio olhava  as floradas do algodão
o aroma das laranjeiras no pomar que exalava
com o calipal   mesclava   perfumando o rincão

Tantas frutas existiam de sabor  adocicado
Sempre estavam carregados de tanto caia ao chão
Pés de ingá e jatobá e ciriguela carambola
Guariroba   graviola  sempre tinha temporão
No  carreador  do cafezal tantas outras existia
E nascia   melancia  no meio da   plantação
O  amendoim  o pai  plantava  na colheita divertia
Poucos grão ali  comia pra evitar a constipação

Todos os  fins de semana o bailão era sagrado
Ia sempre perfumado  pra causar boa impressão
Um cercado de bambu todo coberto por lona
Irmãs Bianco na sanfona levantava o poeirão
Domingo tinha torneio futebol todos jogava
E no truco eu roubava era muita diversão
Das noites na  cidade  no   foot  fui contemplado

Hoje estou casado com a dona dessa emoção.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Já vi !
( valtair bertoli ) 18/08/2016

Já andei muito no mundo / dia noite e madrugada
Já vi muita rebeldia / por chibata ser curada
Já vi mestre boiadeiro / se perdendo na estrada
E menina sem juízo / chacoalhando o seu guizo
Rebolando na balada 

Já vi ladrão levar tiro / e a bala não fazer nada
Já vi machão chorando / de saudade da amada
Já vi porta de vidro / aguentando marretada
candidato prometendo /   já  eleito se  esquecendo
se escondendo na alvorada

Já vi moda sem letra / na parada sendo paga
Já vi muito violeiro / tocar com corda quebrada
Já vi adeus de solteiro /na casa tão afamada
E  caboclo sertanejo / se apresentando em festejo
Alegrando a mulherada

Já vi muito nessa  vida / não duvido de mais nada
Já ouvi tanta promessa / e desculpa esfarrapada
Já vi barco virando / com chuva   moderada
Só não vi ninguém  contente / bebendo ceva quente
sem água ardente destilada. .
Guarida do amor
( valtair bertoli ) 18/08/2016

Eu parti da minha terra a muito  sai sorrindo
Igual a primavera que  as flores vão se abrindo
No  mundo  sai   andando fui  cumprir com  meu destino
vi  logo as flores murchando  e seus   espinhos ferino

o que um dia foi sonho vi transformar  na cidade
meus riso ficou tristonho sofri com a realidade
só dor e ressentimento surgiam em meus caminhos
não tinha paz um momento sonhava com seus carinhos

mas quem ama não esquece a forca que tem o amor
a Deus eu  fiz uma prece pedindo  cura  pra    dor
igual um anjo  sorrindo  eu vi você   chegar
e a   flor   foi  resurgindo lindos brotos   vi gerar

no mundo não somos nada quando estamos sozinhos
a carga é mais pesada nos fere mais os espinhos
se hoje  na minha vida  a paz nela faz morada

é porque tive guarida  nos braços da minha amada
ATRÁS DA POEIRA
( valtair bertoli ) 180/8/2016 
Atrás da poeira vem o boiadeiro
O dia inteiro lidando com gado
cortando o estado sem ter paradeiro
de Janeiro a janeiro no cavalo montado
tendo no seu rosto o suor escorrendo
com o sol ardendo ao pó misturado
e quando vem a noite deita na sua rede
na pousada sem parede descansa sossegado
vida de boiadeiro não é só de eira
atrás das fileiras dos bois no estradão
revela também seu mundo de sonhos
as vezes tristonhos dentro do coração
ainda acordado olhando pro céu 
ergue o seu chapéu e faz sua oração
beijando a foto que ele tem levado
sofre calado pela sua paixão.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

AUSÊNCIA
(valtair bertoli ) 16/08/2016
A vida , minha vida tem sido diferente
Por você estar ausente esta sendo dolorida
O tempo , o tempo para mim não tem passado
Sem você a meu lado , as noites são tão cumpridas
Procuro , procuro e não tenho encontrado
Nada que me de agrado nossa cama esta despida
No quarto , no quarto deito e abraço seu retrato
Seus carinhos eu resgato sofro com a insônia bandida
Porque , porque temos que passar por isso
Se o amor é o compromisso que nos faz respirar
Se a hora , se a hora é agora vai a noite vem aurora
Não suporto essa demora , volte amor venha me amar

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Granfina no posto
(valtair bertoli ) 15/08/2016

Vi uma granfina muito bem vestida 
Pondo gasolina   num posto de  estrada
Num dia que o sol estava  bem quente
de  longe se  via a moça agitada
Sentada no   seu carrão
irada  ela olhava   prestando  atenção 
Observando a   tudo   do  seu lado
Passando  na boca um   batão dourado  

ali  do seu lado tinha um lavrador
Que estava ocupado   com sua carroça
Toda  lotada  de esterco e    humo
Dando risada pegando   minhocas
pro   frentista umas ofereceu
brincando  otimista  ele  lhe    agradeceu
disse a  tardinha  vou no ribeirão
com as minhoquinhas   vou pegar  um peixão

tal  moça granfina  ficou irritada
apertando  a buzina   gritou insurgente
xingou  o roceiro  chamou  de atrasado
e pelo seu cheiro  de inconveniente
vim aqui pra ir no restaurante
pois eu  ouvi que era   interessante
falaram que o alimento era   sofisticado
só nao me  avisaram   desse  mal educado

cortez  o frentista essa hora   falou 
muitos   dos  artistas   aqui tem frequentado
todos aprovam nossa variedade
do alimento  desfrutam e todos tem  gostado
o sertanejo tem nos ajudado
com seu   manejo  o  alimento  é gerado
  a natureza temos respeitado
 tudo em   nossa mesa  com  insumo    é  plantado .


sábado, 13 de agosto de 2016

Anuncio de  saudade 
( valtair bertoli ) 13/08/2016

Bandida saudade /  peço  por favor  /não machuque  tanto
Tenha piedade  /desses tristes olhos /derramando pranto
Queria ao menos  / uma nova chance  pra    poder mudar
O   aceno do adeus / que meu bem me deu / e não vi  voltar

 Tudo eu daria  /pra   poder saber  / do seu paradeiro
Atrás   iria  / ate  reencontrar / o meu amor primeiro
Queria  tanto / que ela soubesse  como  estou vivendo
O quanto padeço / sei que não mereço  / viver assim sofrendo

Faz muito anos / que também  mudei  /sem deixar  endereço
Talvez seus planos /  de voltar pra mim / teve algum tropeço 
Meu  coração /   diz que  pelo  meu nome ela ainda chama
Que não me esqueceu /   o amor não morreu / que ainda me ama

Estou pensando  / em por   no jornal  / esse meu lamento
Me declarando  / pra se espalhar /  pelos quatro ventos
Assim quem sabe / talvez ela leia e venha  me encontrar
E  acabe a tortura /  dessa longa procura / de querer ti  amar

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

PRESENTE DO MESTRE
( valtair bertoli ) 11/08/2016
https://www.youtube.com/watch?v=AMjkceC-qsg

La do rancho o horizonte
Fico observado os montes
No pico sua neblina
Vendo o verde orvalhado
 Pingando pra todo lado
Do  seu  véu que   declina
 Envolvendo toda mata
Escondendo a cascata
Tal   beleza me fascina
logo a nevoa   esfumaçada
No romper da alvorada
Para o  sol  abre  a cortina

O rei astro vai surgindo
Com os seus braços abrindo
Abraçando a imensidão
Dando luz e claridade
Trazendo    felicidade
A todos do meu sertão
os Passaros  fazem festa
Cantando pela floresta
o  maestro é o coração
Que feliz bate contente
Agradecendo o presente
do  mestre da criação


Passa dia mês e ano
Nada muda os meus planos
Sou feliz no meu rincão
Vivo junto a minha amada
E nas  noites enluaradas
Mais desperta a  paixão
Canto a ela serenata
Vendo a lua sobre a mata
Clareando o  ribeirão
 lugar  mais lindo do mundo
se tem outro  é o segundo
Porque o meu  é o campeão

lugar  mais lindo do mundo
se tem outro  é o segundo

Porque o meu  é o campeão
PEITO FERIDO
(valtair bertoli ) 11/08/2016
Percorri todo espaço / com a lua no céu
Fiz do seu véu /meus olhos minha visão 
lutei por seu amor / mas fui derrotado 
Por não ter conquistado /o seu nobre coração
Cavalguei em nuvens / açoitada pelos ventos
passei noite ao relento / no meio da escuridão
repassei todos os mares / andando na areia
Enfrentei a maré cheia / ate larva de vulcão


Hoje o meu peito esta ferido
no mundo estou perdido / por essa louca paixão
já não creio em mais nada
pois viver sem minha amada / a vida não tem razão
A ela dediquei todos os meus carinhos
Fui igual um passarinho / aprisionado no alçapão
cantei para ela tão lindas melodias
Sei que ela as ouvia / mas nunca deu atenção

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Maquinista de sonhos
( valtair bertoli / João paulino da silva )

Trabalhei  com trem  toda minha vida
Vi gente aguerrida  chorar de  emoção
Carregando  sonhos indo  pra cidade
Deixando saudade  atrás de ilusão
Recordo a muito numa madrugada
Na nevoa  gelada   um senhor  Borjão
Despedindo triste  do seu   filho amado
Que tinha    embarcado   naquela  estação

Vi naquele homem seu pranto escorrendo
E logo escondendo  seus  olhos com  as mãos
Soluçando triste ao som do   apito
Acompanhando aflito na linha  o vagão
Essa triste cena  eu sempre  vivia
E isso feria o   meu coração
Vendo   o sorriso  de quem que partia
E   os pais   que sofria   na separação 

toda nossa vida é feita de momentos
pelos sentimentos   ficamos marcados
e é com  os erros que nós aprendemos
dos tombos fazemos  nosso aprendizado
assim como um dia fiquei entristecido
fiquei comovido com a redenção
pude ver  mais tarde  a paz que reinava
seu filho    voltava    pedindo  perdão 

se passaram anos do fato  ocorrido
sem ter esquecido    tirei a  lição
que as vezes os pais  são desprezados
e   ignorados   sem  ter atenção
jovens saem  em busca do novo El dourado
deixando de lado a casa  e os irmãos
deixo aqui  o recado desse maquinista

tambem  vi   otimista  sonhando em vão

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Marcas da lida
( valtair bertoli ) 04/08/2016

Carrego comigo o meu corpo marcado
De um lindo passado igual o sol no poente
Revendo lembranças  ainda  guardadas
 Do meu  tempo na estrada  me sinto  contente
Tocando boiada passei meus janeiros
Me formei   boiadeiro  era um  adolescente
Nunca imaginava que  no  fim da jornada
Da velha   peonadas  eu fosse  o  remanescente

Ainda mantenho  o berrante guardado
todo empoeirado  das lidas no sertão
A    cela de couro  velha e  desfolada
Das minhas cavalgadas em  potro redomão
A longa chibata num  gancho enrolada
Deixei  pendurada na trava do galpão
O meu par de espora  de roseta dourada
Num canto engripada  me corta o coração

Muitos apetrechos da lida com gado  
Foram dispensados só ficou na minha mente
Minha capa gaucha  que agua não vazava
E que eu tanto   usava ao   neto  dei  de presente
“prum “  carreiro no asilo   doei os meus laços
Sem nenhum embaraço ele  estava carente
O surrado gibão a  um primo emprestei
Onde anda não sei sumiu da minha frente

O macio pelego  a nora tem zelado
Ele esta preparado pra findar sua missão
Assim como o sol que a tarde vai embora
Logo   chega  a hora   desse velho peão
Com  meu cochinil  quero ser sepultado
Nesse  manto sagrado eu fiz tanta oração
Parte da minha vida  nele passei   deitado

Parto  realizado rumo a imensidão