RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

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domingo, 30 de agosto de 2015

MILAGRE DO ASSALTO
( valtair bertoli ) 30/08/2015

dentro da igreja um menino ajoelhado
rogava a Deus na sua oração
para tirar o seu pai da vida errada
ele implorava de todo  coração
um pai honesto  que se envolveu
e se perdeu no mundo da ostentação
entrou nas drogas e se perdeu
enlouqueceu e virou  ladrão

se levantou  e ainda saiu rezando
sempre lembrando da sua oração
ia pra casa encontrar sua vozinha
ela que vinha  de longe do sertão
ia chegar trazendo alimento
 pro seu sustento  e dos seus irmãos
também dinheiro pro  pai  endividado
que estava jurado pelo chefe dos ladrão

na  rodoviária pai e vó se encontrava
em uma bolsa estava sua salvação
veio do nada um homem encapuzado
parou do  lado e os roubou sem  perdão
desesperado ele  viu o ladrão saindo
e foi sumindo em meio a multidão
naquela hora dos erros se arrependeu
e prometeu que ia virar cristão

entristecido voltavam pra sua casa
sua mãe estava sem consolação
quando chegaram na porta da morada
viram a bolsa  deixada  no chão
só o menino foi que percebeu
que DEUS o atendeu em forma de ladrão
na mesma hora as mão pro ceu ergueu
e agradeceu fazendo uma oração

ALTA MADRUGADA / disponível
( valtair bertoli ) 30/082015

saio pra rua em alta madrugada
noite gelada me pego a pensar
ando sozinho por esse relento
nesse momento chego a chorar
só recordando do meu passado
e amargurado por tudo acabar

por essas ruas frias e deserta
a dor desperta mais o meu penar

noite sem lua com o ceu nublado
piso molhado pelo serenar
em avenidas na luz da cidade
sua saudade me leva "prum" bar
entro e vejo os casais  dançando
e se beijando sem se preocupar

e eu sosinho sigo lamentando
triste chorando sem você pra amar

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

velho carro abandonado  ( toada )
( valtair bertoli ) 27/08/2015

olhando o velho carro
num canto abandonado
por la esta esquecido
igual os carreiros do passado

seu tempo foi de alegria
quando vivia a carrear
hoje so nos resta lembranças
de ouvir os seus cocão cantar

vai vai vai boi
vai vai buscar
as minhas doces lembranças
que so me fazem chorar

as suas juntas de boi
se foi com o passar dos anos
levou um fim muito  triste
por seu patrão ser tirano

boiada ajudava o carreiro
ganhar dinheiro pra  casa
seu fim foi no   matadouro
seu carreiro não pode fazer nada

vai vai vai boi
vai vai buscar
as minhas doces lembranças
que so me fazem chorar

sábado, 22 de agosto de 2015

curva da serra
( valtair bertoli )22/08/2015

numa estrada de terra serpenteando toda serra
seguia um carro pesado com o carreiro do  lado
oito juntas preparadas deixando marcas na estrada
carreiro ia gritando os  bois pelos nomes chamando
e os cocões seu canto bradava

howww  fim de carreiro
howwww fim de boiada
que nas fendas foram caindo
e nelas ficaram marcadas

tocando ia preocupado lembrando do seu passado
na historia da sua vida da lição  triste aprendida
muitas cruz desde o inicio cercando o pricipicio
o nome do  pai  marcado que foi seu mestre adorado
velho carreiro  vitalicio

howww  fim de carreiro
howwww fim de boiada
que nas fendas foram caindo
e nelas ficaram marcadas

la no alto do espigão sempre para e faz sua oração
olhando os restos jogados la nas fendas abandonados
são pedaços de  historiaque estão em nossa memoria
igual o som alto de um cocão rasgando  todo o sertão
acabou esse tempo de gloria

howww  fim de carreiro
howwww fim de boiada
que nas fendas foram caindo
e nelas ficaram marcadas

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

lembranças do avo boiadeiro
( valtair bertoli ) 14/08/2015

estive com meu avo e de novo
fui lhe perguntar como ele estava
 eu sempre perguntava quando ia conversar
e no mesmo instante assim num relance
pegou me falar , meu neto eu estou bem
 a saudade é que vem sempre me judiar
lembro da estrada das minhas jornadas
quando ia viajar , viajava pelo sertão
 e cortava estradão sem me cansar
parte da minha historia que tenho na memoria
vou tentar te contar

muitas das minhas jornadas pelas estradas
eu nada conhecia seguia sem destino
igual um menino de mente vazia
com o passar dos anos com meus desenganos
na vida eu aprendia , que lidar com boiada
viver na estrada era tudo que eu  queria
e foi assim cortando o estradão pelo sertão
sua vó eu conhecia , virei patrão mas pelo apego
do meu coração do estradão eu desistia
 foi por  sua vó que deixei de comer pó
pelo amor que existia

com o passar dos anos os filhos foram  chegando
e na estrada tive que voltar , a saudade  me maltratava
 e lidar com   boiada eu até chegava  sonhar
trabalhei de ponteiro também fui meieiro
e vi meu sonho acabar , numa curva da estrada
 num estouro da boiada , eu só ouvia os berrante tocar
via meus companheiros gritando em desespero
vendo a boiada pisar , numa arvore eu consegui subir
 e vi a boiada sumir não consegui ajuntar
da lida tive que desistir não conseguia mais dormir
via a boiada estourar

recordo dessa viagem e também da  imagem
dos peão a gritar , isso esta em minha memoria
e esse pedaço de historia não consegui me livrar
quando estou deitado com os meus olhos fechado
vejo tudo voltar parece que meu coração
ficou naquele estradão sinto ele disparar
a verdade é que na estrada lidar com boiada
não se pode brincar esse pedaço da minha historia
que não tive vitoria precisava te contar
pra você estar preparado se um dia for derrotado
aprender  aceitar

quinta-feira, 13 de agosto de 2015


rastrinho na estrada
( valtair bertoli ) 13/08/2015

ontem de manhãzinha
eu fui até a estrada
e vi os rastros deixado
 de quem foi minha amada
ela saiu bem cedinho
 ainda era de madrugada
saiu de  casa em segredo
 e nem me disse nada
quando acordei foi que vi
 que em nossa cama  não estava
só deixou um bilhetinho
 e nele assim me falava

meu bem estou indo embora
parti nessa madrugada
sempre pensei que você
 somente a mim amava
encontrei na sua calça
 uma carta apaixonada
dizendo que por você
essa moça até se matava
agora estou indo embora
 não acredito em mais nada
so peço que não me siga
estou muito magoada

a carta que ela falava
era minha mãe que mandava
através de um amigo
e seu nome não falava
agora estou tão triste
aqui no meio dessa estrada
indo atras do meu bem
seguindo as marcas deixada
sei que ela vou encontrar
 deve  estar bem cansada
eu vou cobri la de beijo
 todo caminho pra  casa



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

DOIS CAIPIRA
( VALTAIR BERTOLI ) 12/08/2015

fico feliz que me chamem de caipira
oque me inspira e a vida no rincão
de canto a canto tudo é um paraíso
com piso vede de tapete no seu chão
é um recanto cheio de felicidade
que na  cidade não tem comparação
se você quer ser feliz de verdade
deixe  a cidade e vem pro meu sertão

nas noites brilham  estrelas coloridas
dando mais vida  a enfeitar o céu
a lua vem com o seu claro dourado
brilho sagrado tem no seu bojo de mel
de longe escuta o piar dos passarinhos
estão  no ninho redondo igual anel
os curiangos cantando na baixada
na relva molhada cumprem o seu papel

a madrugada tem o silencio interrompido
 um canto cumprido que desperta a terra
o sol começa despontar  no horizonte
brilha  entre os montes na primavera
nas flores pingam  orvalho refletindo
seu colorido faz brilhar a serra
tem arco ires no alto da cascata
que molha a mata e a noite se encerra

começa o dia com o som do  riacho
bebe água la em baixo  todas criação
por la se encontra toda passarada
e nas galhadas fazem um barulhão
essa é a vida  que inspira esse caipira
que o peito suspira cheio de emoção
o dono desse cenário que encanta e admira
também é caipira ele que fez todo sertão

sábado, 8 de agosto de 2015

PEÃO ARREPENDIDO
( VALTAIR BERTOLI ) 08/08/2015

EU TRABALHEI LA NA ROÇA MOREI EM PAIOÇA
NO FUNDO DO SERTÃO
TINHA UMA VIDA MODESTA ERA SEMPRE UMA FESTA
LA NO MEU RINCÃO
DEPOIS QUE VIM PRA CIDADE MINHA FELICIDADE
ESCORREU PELAS MÃOS
DESCOBRI A MAIS PURA VERDADE QUE MORAR NA CIDADE
NÃO É PRA PEÃO

AQUI NÃO TENHO SOSSEGO ACORDO  BEM CEDO
PRA IR TRABALHAR
PEGO DUAS CONDUÇÃO QUE SÓ FAZ  BARULHÃO
NEM CONSIGO SENTAR
ANDO SEMPRE PREOCUPADO COM O HORÁRIO APERTADO
PRA NÃO  ME ATRASAR
VOLTO PRA CASA BEM TARDE PRA FALAR A VERDADE
NEM CONSIGO DESCANSAR

MINHA MULHER E MEUS FILHOS LEVO ELES NOS TRILHOS
VIVO PREOCUPADO
QUE NO MEIO DOS AMIGOS POSSA TER UM BANDIDO
QUE ESTEJA AMOITADO
AQUI NÃO TEM SEGURANÇA NINGUEM DA CONFIANÇA
O POVO É FECHADO
É UM MUNDO DE  ESPERTOS TEM QUE TER OLHO ABERTO
PRA NÃO SER ENGANADO

TUDO OQUE AQUI EU FAÇO ME BATE UM CANSAÇO
ME SINTO INFELIZ
ESTOU IGUAL UMA PLANTA QUE O VENTO LEVANTA
E MOSTRA A RAIZ
NADA AQUI ME FASCINA SOFRO COM MINHA SINA
ME ARREPENDO DO QUE FIZ
CULPA DO DESTINO INGRATO  VOU VOLTAR  NO MATO
ONDE EU ERA FELIZ

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

PÓ BOI E BOIADA
( VALTAIR BERTOLI )06/08/2015

pó  boi boiada
acabou tudo hoje não tem mais nada
pó boi boiada
a boiadeira tambem esta  asfaltada

recordo alegre a minha juventude
a casa simples onde que eu morava
e da ja nela do quarto eu sempre via
os boiadeiros que  na estrada passava

tempos distantes e de sonhos coloridos
que a saudade hoje fez eu recordar
de ver os bois caminhando na estrada
essa saudade ainda vai me matar

pó boi boiada
acabou tudo hoje não tem mais nada
pó boi boiada
a boiadeira tambem esta  asfaltada

vejo a poeira subindo na estrada
e o boiadeiro com o berrante na mão
vai repicando e atento comandando
toda boiada rumo ao meu coração

sinto o pó fino miturado em meu corpo
sempre esperava toda boiada passar
ia correndo pra brincar lá na estrada
pra ver as marcas que deixava no lugar


pó boi boiada
acabou tudo hoje não tem mais nada
pó boi boiada
a boiadeira tambem esta  asfaltada

assim vou indo e seguindo meu caminho
so recordando essa saudade malvada
sei que um dia esse meu velho corpo
vai ser igual ao pó da estrada

pó boi boiada
acabou tudo hoje não tem mais nada
pó boi boiada
a boiadeira tambem esta  asfaltada

BANDIDA
( VALTAIR BERTOLI ) 07/08/ 2015

você que foi o grande amor de minha vida
te dei carinho e conforto em nosso lar
nunca pensei que fosse um amor fingido
por outro alguem resolveu me trocar

aqui distante de você hoje eu sofro
sinto a dor em meu peito apertar
aquele amor que  pensei que existia
sua traição não podia imaginar

me fez de escada pra subir em sua vida
e a verdade não deixa eu enxergar
até que um dia se mostrou e foi embora
você me usou só pra outro conquistar

estou ferido e não creio em mais nada
sinto vergonha sem coragem de amar
você me usou e acabou com minha vida
foi a bandida que amei pra me matar

estou ferido e não creio em mais nada
sinto vergonha sem coragem de amar
você me usou e acabou com minha vida
foi a bandida que amei pra me matar

domingo, 2 de agosto de 2015

PRENUNCIO
( VALTAIR BERTOLI / João Paulino da Silva​ )


a mãe  natureza é sabia e vive alertar
só quem mora no sertão sabe identificar 
vendo passaros em revoadas e o gado se agitar 
sabe que coisa boa quando os passaros voa
não esta para chegar

teve um forte temporal foi o prenuncio do mal
vi levantar redemoinho e poeira no quintal
arrastando as bacias tudo o vento levava
batia por todo canto e causava muito espanto
aquele vento que gritava

minha mãe desesperada dentro da nossa casa
jogava sal na tempestade e  rama tambem queimava
e nossa proteção pra não ter nenhuma surpresa
eu mais os meus irmão todos em oração
se abrigava em baixo da mesa

meu velho pai ja sabia pelo que ia passar
e toda a colheita na tuia ele ia reforçar
cobria tudo com lona e muito peso colocava
podia chover o dia inteiro e nem mesmo o terreiro
nossa semente  molhava

nem sei quantas tempestades vi na minha vida passar
e lembrando desses fatos hoje eu chego a chorar
lembrando da nossa casinha e tudo que nós passava
que na hora do perigo la em nosso abrigo
a familia se abraçava



sábado, 1 de agosto de 2015

FALEI POUCO
( VALTAIR BERTOLI ) 02/08/2015 00:42 HRS

na vida me dediquei pra escrever umas canção
que levam pedaços da alma de encontro ao coração
falando da vida no campo do velho carro de boi
da lida do seu encanto da beleza que tem seu  canto
da dor que sente o peão  do seu  tempo que  se foi


falei da velha tapera da paioça abandonada
da dura vida  do roceiro  do pó fino da estrada
falei dos córregos e riachos do luar do meu sertão
refletindo sua imagem no lago entre as pastagens
aumentando a saudades na nossa imaginação


falei também da capela da cruz na beira da estrada
nos mistérios dessa vida da casa mal assombrada
falei dos casos de amor do destino mal traçado
das tragédias e das  paixão destruindo os coração
de fatos acontecidos a muitos anos passado

falei sobre as boiadas recordando os boiadeiros
abrindo novas picadas riscando o sertão inteiro
falei sobre tantas  coisas que muito encanto me deu
lá do meu berço adorado onde nasci e fui criado
lugar que tudo  é  protegido e abençoado por DEUS