RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

MENINA SAPECA
( VALTAIR BERTOLI )


 menina botão de rosa agitada e  sapeca
tão bela  você  cresceu esta  linda e esperta
menina botão de rosa agitada e  sapeca
despertou os desejos meus me deixou de boca aberta

quem iria imaginar que aquela menina feia
virasse esse mulherão  de   corpo que serpenteia
por todo lugar que passa  bota fogo na candeia
agora que esta crescida todos marmanjos   rodeia

menina botão de rosa agitada e  sapeca
tão bela  você  cresceu esta  linda e esperta
menina botão de rosa agitada e  sapeca
despertou os desejos meus me deixou de boca aberta

parece uma   princesa  de cabelinhos  dourado
lábios cor de morango prontos pra ser degustado
gosta de andar na moda usa perfume importado
menina vem ser rainha no meu castelo encantado

menina botão de rosa agitada e  sapeca
tão bela  você  cresceu esta  linda e esperta
menina botão de rosa agitada e  sapeca
despertou os desejos meus me deixou de boca aberta .

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017


Casa triste
( valtair bertoli ) 30/01/2017

Na casa  aonde moro / no jardim rente a calçada
Quando floresce o jasmim /  perfuma a madrugada
nele não plantei roseira /  espinho não me agrada
No muro tem  trepadeira  /  enfeitando a entrada

dentro dela tudo é  triste / mantenho as portas fechadas
olhando  a todo  instante /  pertences da minha amada
me deixou   e   foi embora / em silencio  apressada
debaixo de  chuva fina /  saiu sem me   falar nada

espinhos tem me ferido  /  desde a sua partida
escureceu nossa morada / antes multi colorida
aguardo o seu regresso /  pra dar vida  a minha vida
enquanto sonho com ela   / vou sofrendo sem saida

sábado, 28 de janeiro de 2017

Avareza
 (Valtair bertoli  ) 28/01/2017

Um   caipira no seu  sitio  três filhos tinha criado
Quando ele faleceu tudo dele foi   herdado
Já eram   todos crescido dois haviam  se mudado
Partiram pra bem distante  mudaram pra outro estado
Só o  caçula    ficou   ,  era o mais  dedicado
Cuidando  da lavoura   e do velho  adoentado
Nada  de lei conhecia  nunca tinha estudado
Enquanto os dois mais velhos eram ricos e formados

Na hora  da partilha deixaram o sangue de lado
Seus dois   irmãos mais ricos  já vieram combinado
Na conversa com o juiz se fizeram de coitado
pediram a melhor  terra  que o caçula tinha cuidado
o juiz naquela hora já  ficou desconfiado
olhando  a escritura  se sentiu indignado
sem  poder opinar  o  jovem foi questionado
se ele  estava de acordo com o que tinha sobrado

O velho antes da morte o jovem tinha alertado
Cuidado   com seus  irmãos pra não ser enganado
Eles são bastante espertos mas deixei preparado
No dia do testamento tudo vai ser  relembrado
Seu trabalho aqui na roça  será bem   recompensado
Você  pagou o  estudo   e o   gastos deles  gerados
Desde roupa e alimento todos  os livros comprados
Meu filho eu te asseguro  com juros    vai  ser cobrado

Juiz fechou a questão  ao  jovem ter aceitado
Os ricaços de felizes  suspiraram abraçados
Em seguida leu o   atento no cartório registrado
Foi logo fazendo as contas que o velho  tinha anotado
Nessa hora os ricaços já ficaram preocupados
O  juiz bateu o martelo  se sentindo emocionado
Seu velho la de cima  foi o seu      advogado
Ricaços nada levaram   com a soma do resultado

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Barranca do Paranazão
( valtair bertoli ) Cururu

Quando rompe a alvorada lá a no rio Paraná
Passo a mão nas minhas traias  Me ajeito pra ir pescar
No emborna de tiracolo nunca deixo de levar
A garrafa de água ardente misturada com semente
Pra energia aumentar

Ao chegar na sua barranca com as belezas do lugar
Me encanto com os passarinhos  no seu canto sem cessar
Voando pra todo lado vendo bichinhos pegar
Pra levar pro seus filinhos  que esperam no seu ninho
sua comida chegar

é tão   bela  a natureza não me canso de olhar
nas margens vejo  pegadas  na lama ainda marcar
capivaras que deixaram depois de ir nadar
e saíram de mansinho  se esconderam no brejinho
só a noite vão voltar

borboletas  multicores enfeitam   a revoar
nas galhadas a flor de orquídea  no cenário a destacar
sob a sombra frondosa é que gosto de ficar
esse lugar é encantado quando mais pego um dourado
pra em casa fritar

Sonho destruído  26/01/2017
( valtair bertoli / João paulino da silva )

Quem olha aquele sujeito / no leito daquela estrada
Não faz nem ideia / da sua vida passada
é conhecido por Dorva / morava la na alvorada
partiu buscando  um sonho / voltou triste sem nada

Na sua casa modesta / comida nunca faltava
Tocava a terra na roça / vivia do que plantava
Ouvindo  coisas bonitas / que na radio escutava
Um dia largou de  tudo / e na mão o seu   pai deixava

Saiu de madrugada / levando   malas lotadas
Entrou  na  jardineira /   sumiu na  poeira avermelhada
Ficou distante por  anos / na sua louca empreitada  
Por conta da   sua  vergonha   / nenhuma carta foi  postada

No dia   que ele    partiu / seu pai triste   falava
Meu filho pare com  isso /  no colchão sua  mãe  pegava
A ele  dava   dinheiro / reserva que eles juntava
Para pagar a conta no banco / que   o gerente  cobrava

Distante sem ter noticia / não sabia do   ocorrido
Seu pai  sem ter   condições  / suas terras  tinha perdido
A mãe ficou   doente /  foram morar num abrigo
E na semana seguinte / de desgosto  o  pai tinha   morrido

No dia  em   que ele    voltou  / abanando  as mãos  vazia
Só quando chegou no sitio /  das   noticias   sabia
E ficou desse jeito  /  ao ir   onde a sua   mãe vivia
Que ao olhar pro o seu rosto   ela já não   o  conhecia

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Retrato  do  destino
( valtair bertoli ) 24/01/2017

Á muitos anos fui trocado por dinheiro
Levei um golpe certeiro   ao perder a minha amada
Desesperado      todo dia   eu bebia
não comia não dormia varava as madrugadas
sempre olhava a  foto que   eu   levava
de tanto que a  pegava   já estava  toda  amassada
embriagado   por    seu nome eu gritava
seu  retrato  eu beijava   caído  pelas calçadas

desconsolado  minhas coisas fui vendendo
acabei me perdendo viciei em  drogas pesadas
virei  andante todo sujo e drogado
pelo mundo  abandonado  sem acreditar em  nada
sem ter dinheiro me tornei um desordeiro
meu suor dava mal cheiro na minha roupa surrada
e numa noite em meio a   psicose
desmaiei por over dose  ao lado  de uma estrada

urgentemente fui levado ao hospital
já estava muito mal o coração entrou em parada
sem documentos a assistência social
levou  o  caso ao  jornal   e a  foto foi publicada
passou dois dias por ela fui visitado
e logo ao ter entrado pediu pra ser  perdoada
e soluçando ao pegar na minha mão
suspirei e  dei perdão  findando   minha jornada .

naquele instante acordei muito assustado
com o que tinha sonhado  a cama estava suada
e entendi a mensagem recebida
pois muitos perdem a vida dentro da sua morada
me levantei e segui ao quarto ao lado
beijei meu filho amado que dormindo deu risada
compreendi que a falta de amor
faz da vida um  horror quando fica abandonada

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Meu reduto
( valtair bertoli ) 23/01/2017

Aonde eu moro é bem distante do progresso
É  por isso que eu peço que tenham compreensão
Quem me visita acostumado com a cidade
Encontra dificuldade na sua  acomodação
Aqui não tem internet ou celular
Nem asfalto pra rodar e  a estrada tem areião
Ate se espantam  com o meu  linguajar
Sempre tento explicar  , qual é a  definição

 Poucos conhecem o nome  dos passarinhos
Nunca viram um riozinho brotando na natureza
Nem  estiveram debaixo de uma cascata
Nunca entraram  na mata  apreciando suas belezas
Não degustaram um frango no forno assado
Com miúdo recheado    e   Cambuci de sobremesa
Nem escutaram o chiado de um  radinho
Tocando moda baixinho com  a lamparina acesa

Um grupo chega e se emocionam ao ver no céu
Estrelas piscando  ao léu e todas  constelação
E quando a lua vai surgindo sobre a  mata
Mostro  oque é   serenata tocando meu violão
Emocionados logo um coro é formado
Todos  ficam encantados quando aprendem a canção
Com pirilampos piscando por todo lado
Também  mostro no gramado as gotas em formação

No amanhecer  quando nem surgiu    o sol
Canta o galo no paiol despertando  a imensidão
Pingos de orvalho vão  caindo das galhadas
Cria  nevoa na baixada cobrindo  o ribeirão
Em cavalgada  vou mostrando a invernada
Sobre a terra plantada falo da  germinação
Das novidades posso ser mal informado
Mas na terra sou formado   sei tudo  sobre sertão

domingo, 22 de janeiro de 2017

Caboclo matuto
( valtair bertoli ) 22/01/2017

Não sou de muita conversa /  nem  tenho muita  instrução
Gosto de coisas modestas / que tem por todo sertão
Comida  que me agrada /   arroz pimenta  e feijão
Bebida são   preparadas / Com  ervas  no garrafão

Moro em casa  de barro /    queimo lenha no    fogão
Bebo água  fresca do  jarro / limpo os grãos  no pilão
Divirto com   pescaria / Me banho no ribeirão
Enquanto não raia o dia / minha luz  vem  do lampião

Gosto da roupa caipira / Nos pés calço  sapatão
Meu cinto  é feito de imbira / E tenho calos nas mãos
Trabalho desde a alvorada / Mantendo a  disposição
Cuidando da terra amada  / Plantando e carpindo o chão

Descanso  nos  dias santo  /  mantenho a tradição
Nas festas de reis eu canto  /  tocando meu  violão
Respeito quem é ateu / quem  não tem religião
Eu  sou  temente a Deus /  e sempre faço  oração .
Batalha  da paixão
( valtair bertoli ) 22/01/2017

Minha vida tem sido uma batalha
Estou perdido entre o amor e a razão
Igual ao fogo que o vento espalha
Numa guerra sangrenta no meu coração
Querendo esquecer alguém que foi embora
e o meu peito  devora por conta da paixão

sou um guerreiro não me dou por  vencido
luto aguerrido com a minha mente
mesmo  ferido  no campo   alvejado
por  beijo  disparado  do seu  lábio  ardente

meu pensamento  ela sempre  invade
a  mente domina  sem ter  compaixão
me leva  pro mundo   da   felicidade
criando um cenário de louca ilusão
tento esquecer e mandar ela  embora
e   a saudade    aflora e não da permissão

sou um guerreiro não me dou por  vencido
luto aguerrido com a minha mente
mesmo  ferido  no campo   alvejado
por  beijo  disparado  do seu  lábio  ardente

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Pinturas do criador
( valtair bertoli )


Quando a lua desponta no céu
com o claro véu  no manto estrelado
clareando  as frutas no vergel
vejo  o painel , por Deus sendo    pintado
com a orquestra de grilos cantando
ele vai deslizando o    pincel sagrado
do   ranchinho  eu   fico assistindo
feliz sorrindo todo extasiado

conforme  a lua vai subindo
ele  deixa  mais lindo todo o sertão
clareando  a  copa  da mata
brilhando a  cascata  junto ao ribeirão
por   horas     fico contemplando
e admirando    no envolto a sua  criação
Deus me dando  o cenário perfeito
Sinto  em meu leito sua proteção

Três  Marias    do alto  distante
Observa  contente  piscando     sua luz
Agradecendo  pelo gesto  nobre
Do  seu  filho pobre que morreu  na cruz
Todas as horas ele esta presente
Junto a semente que a terra produz
Por que o nosso solo é abençoado
Ele foi pintado com  o sangue de Jesus

domingo, 8 de janeiro de 2017

Crepúsculo no sertão ( valtair bertoli ) 08/01/2017 No sertão ao entardecer / passarinhos fazem festa No arrebol do anoitecer / vão entrando na floresta Entoando o seu canto / nos raios de luz que resta Logo piscam os pirilampos / curiango abre a seresta Da varanda da casinha / com minha viola modesta Também canto uma modinha / coruja se manifesta vendo estrelas brilhando com a lua se desnudando Sob a luz que Deus empresta Galinhas vão pro poleiro / choca chama a pintarada O gado com os terneiros / se ajuntam na invernada Vento traz a brisa mansa / sobe nevoa na baixada Depois que a noite avança / a grama fica orvalhada O relógio do terreiro / cedinho na madrugada Desperta o sertão inteiro / anunciando a alvorada Ao lado do meu benzinho desperto no meu ranchinho pra mais uma empreitada.

Liberdade  de caboclo
( valtair bertoli ) 08/01/2017 toada balanço

Me libertei do passado /  que andava me ferindo
Agora é so alegria  / estou  feliz sorrindo
Voltei a  minha  origem  / em meio a vegetação
Sentindo o cheiro da relva /  no amanhecer no sertão
Ouvindo o som da  cascata / descendo o alto  espigão
Vendo pular lambari / no poço do ribeirão
Sentindo a brisa da mata  / com a lua cor de prata
Rasgando a escuridão

Olhando os   passarinhos /  cedo  gorjeando  seu  canto
beija flor com  seu  bailado /  mostrando  todo    encanto
O gado livre  pastando /  mugindo na  invernada
vendo a porteira fechando  / riscando o chão da estrada
As maritacas gritando  / no céu em  revoadas
A jataí no mourão  / atenta fechando a   entrada
Usando sua defesa /  com agilidade e destreza
Ao serem   ameaçadas

O Bando de Borboletas /  enfeitando o jardim
Soltando  perfume  as flores/  com  aroma de jasmim
o sanhaço no pé  bicando /  o suculento mamão
Ao longe o céu azulado /  abraçando o verde no chão
De repente deu um estalo /  um barulhento   trovão
forte chuva foi caindo /  tapando a  minha visão
Triste   fui acordando  / porque    estava sonhando
Pra minha decepção

sábado, 7 de janeiro de 2017

Destino tirano
( valtair bertoli ) 07/01/2016 disponível para parceria

Com a farda a sua frente / aquele jovem cristão
elevando a  Deus na mente   / a vestia em  oração
distante  da sua  família / escondia  a profissão
somente seu pai sabia / que lotava  num batalhão

soldado  inteligente / por todos era respeitado
agia sempre consciente /  conhecia lei de cor e salteado
seguia  as regras atento / cumpria o que era mandado
pelo seu procedimento /  já tinha  sido condecorado

numa noite de rotina / uma ocorrência entrou
com a viatura na  esquina / correndo o ladrão  notou
entre o escuro e a neblina / bandido contra  disparou
sem medo   o jovem  foi  pra cima / e o tiro revidou

bandido foi atingido / caiu  inerte no chão
vendo ele abatido / teve a mais triste visão
quando ele  viu seu rosto / cortou o seu coração
rolou pranto de desgosto / bandido era seu irmão