RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

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domingo, 25 de março de 2018

fortaleza de caboclo
( valtair bertoli ) 25/03/2018


A quem que chame   casa humilde  de biboca
De choupana ou de barroca de rancho la do fundão
nem faz ideia da minha cumplicidade
Por andar na liberdade descalço de pé no chão
Velha  cabana velha  choça ou palhoça
Foi  minha mansão na roça bem distante no sertão
Foi uma toca um buraco uma grota
oque foi  pouco me importa fui  feliz no meu ranchão


casinha tosca de palha e barro amassado
com alguns galhos trançados esconde tantas belezas
é dentro dela que mora a felicidade
de um povo sem vaidade que despreza a tristeza
povo regido pela fé e a esperança
onde o amor e a bonança mostra a sua grandeza
e faz o pouco na mesa ter abundância
a viver sem ter ganância dentro da sua fortaleza


essas casinhas que a tantos tem abrigado
por esses cantos afastados muito traz recordação
igual poeta trato a todas com respeito
relembrando do meu leito dentro da imaginação
de a muito tempo quando numa eu vivia
e muito feliz dormia longe de preocupação
minha casinha com conforto me abrigava
e a pobreza não apertava nunca me faltava o pão

domingo, 11 de março de 2018


Rompendo a barreira do tempo
( valtair bertoli ) 11/03/2018

Fui abrindo a porteira /  visitei a saudade
Vi minha mocidade / num grande telão
E abrindo o sorriso / no passado cheguei
De novo  me encantei / com as recordação
Devagar Fui rompendo / a barreira do tempo   
E Num doce momento / cheguei ao sertão
Encontrei minha mãe na cozinha  esperando
Cedo  um  café passando / no   velho fogão

 entrei na cozinha /   suas mãos eu beijei
  da janela  avistei / o meu pai no  galpão
de  chapéu  na cabeça   / arriando seu    baio
pondo  no  balaio  /   o milho  das  criação
acendeu  o  cigarro /   de palha   e foi  saindo
  o sultão foi  seguindo /  até o mangueirão
pegou o seu laço   /   e entrou  na mangueira
e suas   vacas leiteiras / tapou minha visão

bem distante   avistei / a capela na estrada
 o gado na invernada  / a mula e o burrão  
vi  a nevoa envolvendo   /  a mata   na baixada
e a pontinha  orvalhada  / sobre  o  ribeirão
passarinhos voavam  /   felizes cantando
parecia  anunciando  /  meu retorno ao rincão
e logo em seguida  /  o telão foi se apagando
  e acabei voltando /  foi tudo ilusão
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terça-feira, 6 de março de 2018

Matuto sem dono
( valtair bertoli / Valdemar Reis ) 06/03/2018 cururu

Sou forte igual o toco /  do tronco da   aroeira 
No rio     que  me banho  /   eu enfrento a  corredeira 
Gosto de andar   descalço  /  caçando na  capoeira   
Espinho  não me incomoda    /minha mira é certeira 

fiz Minha casa de taipa  /  de peroba a comeeira 
no  quintal não tem cercado /   vivo livre de barreira
na porta não passo  tranca  / fica aberta a noite inteira
o bicho que mais temo  /é oque  sabe abrir  porteira 

conheço tempestade  / quando o vento traz  poeira
todos   passarinhos voam  / uns   amoitam na figueira
 eu pito  despreocupado / no toquinho  de madeira
olhando a pintaiada   /seguindo tudo em fileira 

sou um homem matuto /  não gosto de brincadeira
sou um bicho  sem dono /  que não se da com  coleira
saudades tenho de alguém / e essa é matadeira
da noite  que ela não vem / a lua minha companheira
O  cavalo arriado
( valtair bertoli ) 06/03/2018

Meu dia não esta fácil  / nem a noite no colchão
E  muito tenho sofrido / por uma amarga  paixão
É um fruto proibido / que pode dar congestão
Filha de família nobre /  dona de terras e cobre
E seu pai é meu patrão 

Todo  dia  eu a  vejo    /  quando entra no carrão
Aquele    rostinho lindo / me acelera o coração
Fico hipnotizado /  e viajo na ilusão
Me vejo ao lado dela / jantando a luz de vela
Dentro da sua mansão

Sorrindo  ela me olha  /  quando entra no galpão 
Sei que ela admira / a minha vida de peão
Cuido bem do seu cavalo / que na raia é campeão
Sou um sujeito marrudo  /  e   não pude  ficar mudo
Sem  fazer a declaração

Caboclinha me aceitou / não lhe dei outra opção
Com ela estou  no céu / acabou minha solidão
Agora com respeito   /   vou falar com o   sogrão
Sou um caboclo  honrado /  vou chamar ele do lado
E pedir a  sua mão