RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

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sábado, 21 de outubro de 2017

Perdido pelo  tempo
( valtair bertoli /  Zé do Cravo  ) 21/10/2017

Quanta saudade de tudo que foi perdido
aqui sentido   guardo  na imaginação
As lindas cenas que por mim foram vividas
Hoje esquecidas igual  o canto  de um cocão
Já não existe mais colônia   de  meeiros
 Nem o terreiro onde  malhava  o feijão
A colhedeira hoje  faz todo o serviço
Dando  sumiço nos cambão batido a mão

Ou idade
infelizmente o tempo me corroeu
Já estou velho com o  meu  corpo   cansado
Me sinto  misturado  com tudo que se perdeu

A tombadeira  que o roceiro  sempre usou   
  enferrujou     esquecida num  galpão
As fortes  cangas que as  juntas  atrelava
e  os bois  guiava   apodreceram   pelo chão 
sumiu os   carros    que os   morros  enfrentava
e carregava     a colheita no pranchão
igual o carro o carreiro   se calou
 tudo silenciou   acabou sua   profissão

Ou idade
infelizmente o tempo me corroeu
Já estou velho com o  meu  corpo   cansado
Me sinto  misturado  com tudo que se perdeu

Aquela estrada   que  eu vi passar boiada 
Foi sepultada   ficou negra igual carvão
Não tem berrante acabou todas pousadas
E a peonada hoje guia    caminhão
não se vê mais   lamparina ou ferro a brasa
também nas casas não se usa o lampião
vejo o progresso a cada dia avançando
 e   acabando com as belezas do sertão

Ou idade
infelizmente o tempo me corroeu
Já estou velho com o  meu  corpo   cansado
Me sinto  misturado  com tudo que se perdeu


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