RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Meu reduto
( valtair bertoli ) 23/01/2017

Aonde eu moro é bem distante do progresso
É  por isso que eu peço que tenham compreensão
Quem me visita acostumado com a cidade
Encontra dificuldade na sua  acomodação
Aqui não tem internet ou celular
Nem asfalto pra rodar e  a estrada tem areião
Ate se espantam  com o meu  linguajar
Sempre tento explicar  , qual é a  definição

 Poucos conhecem o nome  dos passarinhos
Nunca viram um riozinho brotando na natureza
Nem  estiveram debaixo de uma cascata
Nunca entraram  na mata  apreciando suas belezas
Não degustaram um frango no forno assado
Com miúdo recheado    e   Cambuci de sobremesa
Nem escutaram o chiado de um  radinho
Tocando moda baixinho com  a lamparina acesa

Um grupo chega e se emocionam ao ver no céu
Estrelas piscando  ao léu e todas  constelação
E quando a lua vai surgindo sobre a  mata
Mostro  oque é   serenata tocando meu violão
Emocionados logo um coro é formado
Todos  ficam encantados quando aprendem a canção
Com pirilampos piscando por todo lado
Também  mostro no gramado as gotas em formação

No amanhecer  quando nem surgiu    o sol
Canta o galo no paiol despertando  a imensidão
Pingos de orvalho vão  caindo das galhadas
Cria  nevoa na baixada cobrindo  o ribeirão
Em cavalgada  vou mostrando a invernada
Sobre a terra plantada falo da  germinação
Das novidades posso ser mal informado
Mas na terra sou formado   sei tudo  sobre sertão

domingo, 22 de janeiro de 2017

Caboclo matuto
( valtair bertoli ) 22/01/2017

Não sou de muita conversa /  nem  tenho muita  instrução
Gosto de coisas modestas / que tem por todo sertão
Comida  que me agrada /   arroz pimenta  e feijão
Bebida são   preparadas / Com  ervas  no garrafão

Moro em casa  de barro /    queimo lenha no    fogão
Bebo água  fresca do  jarro / limpo os grãos  no pilão
Divirto com   pescaria / Me banho no ribeirão
Enquanto não raia o dia / minha luz  vem  do lampião

Gosto da roupa caipira / Nos pés calço  sapatão
Meu cinto  é feito de imbira / E tenho calos nas mãos
Trabalho desde a alvorada / Mantendo a  disposição
Cuidando da terra amada  / Plantando e carpindo o chão

Descanso  nos  dias santo  /  mantenho a tradição
Nas festas de reis eu canto  /  tocando meu  violão
Respeito quem é ateu / quem  não tem religião
Eu  sou  temente a Deus /  e sempre faço  oração .
Batalha  da paixão
( valtair bertoli ) 22/01/2017

Minha vida tem sido uma batalha
Estou perdido entre o amor e a razão
Igual ao fogo que o vento espalha
Numa guerra sangrenta no meu coração
Querendo esquecer alguém que foi embora
e o meu peito  devora por conta da paixão

sou um guerreiro não me dou por  vencido
luto aguerrido com a minha mente
mesmo  ferido  no campo   alvejado
por  beijo  disparado  do seu  lábio  ardente

meu pensamento  ela sempre  invade
a  mente domina  sem ter  compaixão
me leva  pro mundo   da   felicidade
criando um cenário de louca ilusão
tento esquecer e mandar ela  embora
e   a saudade    aflora e não da permissão

sou um guerreiro não me dou por  vencido
luto aguerrido com a minha mente
mesmo  ferido  no campo   alvejado
por  beijo  disparado  do seu  lábio  ardente

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Pinturas do criador
( valtair bertoli )


Quando a lua desponta no céu
com o claro véu  no manto estrelado
clareando  as frutas no vergel
vejo  o painel , por Deus sendo    pintado
com a orquestra de grilos cantando
ele vai deslizando o    pincel sagrado
do   ranchinho  eu   fico assistindo
feliz sorrindo todo extasiado

conforme  a lua vai subindo
ele  deixa  mais lindo todo o sertão
clareando  a  copa  da mata
brilhando a  cascata  junto ao ribeirão
por   horas     fico contemplando
e admirando    no envolto a sua  criação
Deus me dando  o cenário perfeito
Sinto  em meu leito sua proteção

Três  Marias    do alto  distante
Observa  contente  piscando     sua luz
Agradecendo  pelo gesto  nobre
Do  seu  filho pobre que morreu  na cruz
Todas as horas ele esta presente
Junto a semente que a terra produz
Por que o nosso solo é abençoado
Ele foi pintado com  o sangue de Jesus

domingo, 8 de janeiro de 2017

Crepúsculo no sertão ( valtair bertoli ) 08/01/2017 No sertão ao entardecer / passarinhos fazem festa No arrebol do anoitecer / vão entrando na floresta Entoando o seu canto / nos raios de luz que resta Logo piscam os pirilampos / curiango abre a seresta Da varanda da casinha / com minha viola modesta Também canto uma modinha / coruja se manifesta vendo estrelas brilhando com a lua se desnudando Sob a luz que Deus empresta Galinhas vão pro poleiro / choca chama a pintarada O gado com os terneiros / se ajuntam na invernada Vento traz a brisa mansa / sobe nevoa na baixada Depois que a noite avança / a grama fica orvalhada O relógio do terreiro / cedinho na madrugada Desperta o sertão inteiro / anunciando a alvorada Ao lado do meu benzinho desperto no meu ranchinho pra mais uma empreitada.

Liberdade  de caboclo
( valtair bertoli ) 08/01/2017 toada balanço

Me libertei do passado /  que andava me ferindo
Agora é so alegria  / estou  feliz sorrindo
Voltei a  minha  origem  / em meio a vegetação
Sentindo o cheiro da relva /  no amanhecer no sertão
Ouvindo o som da  cascata / descendo o alto  espigão
Vendo pular lambari / no poço do ribeirão
Sentindo a brisa da mata  / com a lua cor de prata
Rasgando a escuridão

Olhando os   passarinhos /  cedo  gorjeando  seu  canto
beija flor com  seu  bailado /  mostrando  todo    encanto
O gado livre  pastando /  mugindo na  invernada
vendo a porteira fechando  / riscando o chão da estrada
As maritacas gritando  / no céu em  revoadas
A jataí no mourão  / atenta fechando a   entrada
Usando sua defesa /  com agilidade e destreza
Ao serem   ameaçadas

O Bando de Borboletas /  enfeitando o jardim
Soltando  perfume  as flores/  com  aroma de jasmim
o sanhaço no pé  bicando /  o suculento mamão
Ao longe o céu azulado /  abraçando o verde no chão
De repente deu um estalo /  um barulhento   trovão
forte chuva foi caindo /  tapando a  minha visão
Triste   fui acordando  / porque    estava sonhando
Pra minha decepção

sábado, 7 de janeiro de 2017

Destino tirano
( valtair bertoli ) 07/01/2016 disponível para parceria

Com a farda a sua frente / aquele jovem cristão
elevando a  Deus na mente   / a vestia em  oração
distante  da sua  família / escondia  a profissão
somente seu pai sabia / que lotava  num batalhão

soldado  inteligente / por todos era respeitado
agia sempre consciente /  conhecia lei de cor e salteado
seguia  as regras atento / cumpria o que era mandado
pelo seu procedimento /  já tinha  sido condecorado

numa noite de rotina / uma ocorrência entrou
com a viatura na  esquina / correndo o ladrão  notou
entre o escuro e a neblina / bandido contra  disparou
sem medo   o jovem  foi  pra cima / e o tiro revidou

bandido foi atingido / caiu  inerte no chão
vendo ele abatido / teve a mais triste visão
quando ele  viu seu rosto / cortou o seu coração
rolou pranto de desgosto / bandido era seu irmão