( valtair bertoli ) 22/07/2017
Olhando triste para um cabeçario
Apodrecendo sua ponta junto ao chão
E quatro cangas já todas desgastadas
Abandonadas sobre o velho pranchão
Não avistei a chaveta e o pigarro
Não vi o chumaço o caniço e o cadião
Assim achei esse carro abandonado
No chão jogado sem rodeiro e sem cocão
Lembro meu pai chegando com seus bois
E atrelando cheio de satisfação
a cada junta que no carro ele montava
Os bois chamava apontando sua mão
Já foi o tempo acabou todos carreiros
Já não tem marcas deixadas no grotão
Só resta agora as marcas do meu passado
Riscos deixados dentro da imaginação
Fui candieiro no meu tempo de criança
Ver essa cena me apertou o coração
lembrei meu pai quando uma peça trocava
ela alisava com carinho no formão
Ele dizia tudo tem que estar perfeito
o nosso carro é o nosso ganha pão
Hoje me vi novamente ao seu lado
Fui cutucado com a vara da solidão
ref:
Eiaaaaaaaaaaaaaaaa boi
quanta saudade do meu pai pelo sertão
feliz seguia no seu carro carreando
ia atento comandando a marcha no estradão
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